A INTERNET VIROU TV? A TV VIROU INTERNET?
Por Alexandre Prado
E quem é o anunciante na fila do pão nesse novo universo?
Você já deve estar cansado de ouvir coisas como: "A TV vai acabar!". Pasme, seus avós ouviram dizer que o rádio iria acabar, seus amigos dizem que o casamento vai acabar e os mais pessimistas dizem inclusive que o mundo vai acabar.
Mas a questão é: O que é o "acabar" cara pálida?
Tudo se renova o tempo todo no mundo; das células do seu corpo ao seu ânimo de pular da cama e viver a vida. O fato é que tudo que se renova, se refaz e tudo que se refaz, antes, se desfaz.
A potência da comunicação mundial até os dias de hoje sempre foi a TV, por características fáceis de se entender: Ela é visual e auditiva, o que contempla quase 100% da forma como absorvemos a informação em nosso cérebro.
E o que é a internet enquanto veículo de comunicação, senão um canal digital fundamentalmente visual e auditivo?
É mais que normal que, em algum momento Internet e TV se fundissem e dessem origem a algo novo, onde transmissão, geração de conteúdos, escolha de programação, métricas de audiência, consumo da informação em tempo real (ou quando se desejar), interatividade com o público e tantas outras coisas se tornassem uma experiência única em diversas plataformas.
Quem ousaria dizer que a TV não virou internet e ou que as plataformas de vídeo da internet (a maior audiência na rede) não viraram TV?
A verdade é que a TV cresceu para dentro da internet, que por sua vez, a cada dia vira TV, mas a questão é: E o anunciante? Está virando uma outra coisa para acompanhar e aproveitar o melhor disso tudo? Ou continua o mesmo? Hoje, "quem é o anunciante na fila do pão"?
É agora que esse mesmo anunciante diz: "Me respeita, sou eu quem faz girar a economia disso tudo aqui". Verdade, mas qual a consciência desse mesmo anunciante sobre o que acontece na cabeça, na vida e no comportamento do consumidor nesse momento único?
Não existem mais shows puramente físicos, nem programas exclusivamente de TV, nem a internet é mais uma ferramenta de trabalho ou concorrência para as empresas de telefonia. Tudo muda o tempo todo (lembra?) e agora é tudo um universo só; estamos todos dentro dele, ainda batendo cabeças e com pensamentos atrasados sobre "o fim da TV ou, o que será a internet".
Enquanto o mundo se transforma bem debaixo de nossos narizes em um grande universo de comunicação, eis a verdade: "O mundo virou um grande universo de comunicação".
Dentistas, médicos, arquitetos, professores de educação física, todos se transformaram (ou devem se transformar urgentemente) em comunicadores, comunicólogos, profissionais de mídia, etc.
Somos todos e cada um de nós um braço da internet, ou um canal de TV, como queiram; sustentamos, damos voz e modelamos esse universo a cada segundo. Cada usuário da internet é como uma estrela brilhando no universo da rede digital, enquanto emissoras são constelações, coordenando bilhões de astros em uma nova dança, onde a música é a informação e o entretenimento.
Assim como no universo físico, nada desaparece, tudo se transforma. Assim, as TVs e a internet se fundem e explodem dando origem a um novo universo, em um big bang histórico, bem diante dos nossos olhos, fazendo nascer algo nunca visto e de dimensões epopeicas, a nível global.
E você, anunciante, em que galáxia está? Ao lado de que sol iluminando sua empresa? Quem são os astros que dançam com sua marca e empresa atraindo seus clientes para seu campo gravitacional?
Consumidores nunca orbitam em torno de estrelas solitárias. Entendeu a razão de estar na TV?
Alexandre Prado é publicitário, bacharel em comunicação social pelo Centro Universitário do Sul de Minas, UNIS (instituição nomeada pelo próprio enquanto cliente), consultor de Marketing; atuação como criativo em agências; atuação como criativo em emissora de TV; há 18 anos diretor da Realize Propaganda; palestrante; ministra treinamentos motivacionais e de comunicação empresarial e marketing; atuação como professor universitário de redação publicitária e marketing de Serviços; ilustrador; e gestor de Marketing no Plano de Saúde Serpram.